Enquanto esperava o pessoal na frente da minha casa, senti que estava sendo observada, achava que esse tipo de sensação fosse apenas uma frase clichê de filme, mas eu realmente senti que estava sendo observada. Talvez pela minha roupa, não estava acostumada com decote nem com salto agulha, eu estava me enjoando de mim mesma. Não queria que ninguém me visse naquela maneira ate que os três chegaram e me olharam de cima a baixo sem entender. O Fabrício estava com uma cara de idiota (o Daniel também me olhava estranho), e sorriu segurando minha mão.
- Conceda-me a honra diviníssima dama?
Olhei para os lados e senti vergonha por ouvir aquilo. Para não deixa-lo no vaco, já que sua mão direita estava estendida a exatos 30 segundos, dei a mão pro rapaz, mas não sorri nem respondi sua pergunta, apenas senti remorso ao ver seu rosto avermelhado não só pelas sardas, mas também pela vergonha que eu tinha causado no pobre garoto. Ouvi sussurros e risadinhas de cochichos entre Daniel e Carol, mas meio que ignorei, a situação era mais constrangedora do que eu pensava. Quando cheguei não encontrei quem gostaria de encontrar, mas percebi que só eu estava usando aquele tipo de roupa. Um jardim extenso marcado com um belo gramado e uma mesa muito charmosa, a qual sentei depressa para descansar os pés sem ser notada. Ludmylla largou suas amigas e veio correndo ao nosso encontro. Nós quatro não esperávamos tais reações a seguir. A primeira foi que ela empurrou o Fabrício e eu para um abraço caloroso no Daniel que não respondeu aquele ato inesperado. O segundo foi o olhar maléfico contra a Carol que retribuiu de uma forma que parecia que ia sair faíscas. Deu as costas e saiu rebolando seu quadril magro e passou grande parte da festa olhando para os quatro tímidos da mesa do jardim. Eu já havia tirado as sandálias e relaxava ate perceber que Fabrício havia colocado aparelho nos dentes. Ele conversou um pouco sobre a dor que sentia, mas apesar do meu preconceito contra pessoas que usam aparelho, notei que era bem discreto e que aquilo não iria atrapalhar muito caso eu tivesse um namorado com aparelho. Pra quebrar o gelo ele pegou umas bebidas e trouxe em uma bandeja parecendo um garçom idiota, percebi que tinha chegado a um ponto critico tentando me agradar. Aceitei apenas por ter a certeza que se tratava de uma coca-cola. Enquanto isso não havia assuntos para conversar e meu desejo era fugir dali, Daniel e Carol se entreolhavam raramente como se quisessem fazer algo longe dali eu facilitei dizendo que ia no banheiro, era o único lugar que eu podia ficar longe do Fabrício, embora ele quase foi atrás de mim. Notei alguns olhares estranhos sobre mim e senti um cheiro de bebida forte. Ouvia um rock agradável e vi que tinha uma banda num palco improvisado no jardim de traz. Quando voltei do banheiro, era um pouco tarde, o pessoal já estava um pouco mais bêbado e Fabrício estava me esperando. Esbarrei num dos integrantes da banda que foi tão arrogante comigo que quase falei um palavrão, mas o Fabrício iria me defender como um herói idiota, deixei pra la, me comportei como uma dama ¬¬'. Quando ia me falar mais grosserias, olhou pra mim com certa admiração e vomitou "sinceras desculpas" me soltei daquela situação e fui descendo pelo gramado atrás do Fabrício e escorreguei na grama. Ninguém notou, acharam que eu era mais uma bêbada, então eu fiquei deitada ali ate que o Fabrício veio me socorrer. Ao invés de me levantar e me sacudir, deitou do meu lado como se aquilo fosse um convite e me fez ficar olhando para aquele rosto sardento por longos minutos. Tentou falar alguma coisa mas não saiu nada, o que eu fiz foi encara-lo firmemente, até que ele se aproximou querendo me beijar eu empurrei sentindo um cheiro estranho de álcool e ele meio que não se importou e voltou a me encarar. Disse que era linda e passou a mão numa mecha fina que caia nos meus olhos, depois passou a mão na minha cabeça e apertou forte, eu estava com medo, sentindo-me presa naquela situação, e ele tentou de novo outro beijo o empurrei mais forte e disse que não queria. Com uma voz mole respondeu carinhosamente:
- Não quero forçar nada, não vou forçar nada!
Falou e cumpriu, porque a próxima situação não foi forçada, foi como uma sedução que eu cedi. Continue lendo que irá descobrir.