sábado, 25 de maio de 2013

V de Vejamos o que irá a acontecer entre algumas semanas (pagina 20)

Era uma vez uma calça jeans que eu rasguei e fiz um shorts. Uma camisa velha de malha que era meu pijama, agora tem o rosto de uma caveira bem cortado seguido de um tutorial fera do facebook. Meu cabelo? Haha, como os moicanos que seguem para suas guerras, preso nas laterais com um topete todo armado e largado atrás. Eu deixaria vocês imaginarem a vontade pois até agora não coloquei nada de fotos, pois espero que vocês imaginem as coisas da forma de vocês, na interpretação de vocês. Mas hoje abro uma exceção pois quero na mente de vocês (estou usando muito essa palavra ta irritando) a imagem mas correta do meu cabelo. Quero que vocês (de novo! arg!!) entendam que é uma guerra declarada.

O google não me entendeu bem mas essa foi a imagem que mais se aproximou do meu cabelo, só fiz mais bagunçado, enfim esse não é um livro de moda capilar ou coisa do tipo, mas são cronicas de uma adolescente que ninguém entende, finge entender e ainda por cima critica. Estou muito confusa no momento. Levei essa confusão comigo nas duas semanas seguintes, mas ela me deu inspiração para estudar meu alvo. CSI não chega nem aos meus pés. Descobri que Marcos sempre cabula as aulas de de inglês, adora chamar a atenção e espalhar boatos falsos não só de mim mas dos próprios "amigos". Minha mãe explicou que pode ser uma carência emocional falta de alguém para se espelhar, conversar, ela não aprofundou muito pois eu fui criada sem meu pai e ela evita falar sobre isso.
Sabe, o Marcos não é todo esse leão que ele mostra ser, ele é apenas incompreendido e desconta isso nas pessoas. Pera.. não posso ter dó dele, mas também não tenho armas suficientes para derrubá-lo, talvez eu precise de mais força emocional. Entre poucas semanas posso voltar aqui com a cabeça de um jovem.

Calor e desprezo (pagina 19)

Foi aí que eu percebi que estava prestes a começar um romance. Eu corri atrás dele com sede de vida como quem corre atrás do seu único amor, a pessoa que você sabe que não pode deixar escapar pois não haverá outra chance. Eu não sei o que deu em mim. Eu perdi a razão, não quis disfarçar meus medos, minhas emoções eu tava com sede de amor. Eu corri e parei, acreditem: em cima da casinha de um parquinho que por sorte, estava abandonado, as crianças resolveram não passar por ali. Fiquei ali de cima observando os seus traços, eu quis gritar mas na hora apareceu Daniel atrás de mim meio assustado/surpreso e fez questão de subir na casinha. Carol resolveu ficar la sentada esperando porque provavelmente Daniel a teria informado que me conhecia e sabia das minhas crises, que era melhor conversar comigo ou coisa assim. Mas antes que ele subisse, Renato notou minha presença e olhou pra mim com aqueles lindos olhos, sorriu, acenou e continuou seu percurso como se não devesse satisfações por ter furado na festa, tratou todo o meu trabalho como um lixo, mas no fundo aquele sorriso, aquele olhar valeu muito a pena.
 Daniel se ajeitou atrás de mim segurou no parapeito da casinha e perguntou calmamente: "Você o conhece da onde?" E eu sem demora, voltando do encanto simplesmente respondi com secura: "Ele é meu vizinho só isso".

Daniel:
- Um vizinho que te faz correr do nada, subir num playground e te fazer ficar sem folego por um sorriso.
Eu:
- Cara, você é gay?
Daniel:
- Não foge do assunto. Sei que não demonstra fácil seus sentimentos mas agora não está conseguindo controlá-los, por que?
Eu:
- Eu não sei, perdi a noção das coisas.
Daniel:
- Quase ele não te notou, eu não consegui entender essa reação.
Eu:
- Eu também não entendi. Por que ele me notaria?
Daniel:
- Pela sua beleza.

Corei na hora mas abaixei o rosto porque não quis demonstrar minha reação mas eu sentia que ele estava olhando pra mim, se aproximando, eu sentia o seu calor mas o que eu pude fazer naquele momento é dar as costas pra ele descer pelo escorregador como acontece com minhas emoções: Sobem por uma escada bamba até o auge e logo descem depressa deslizando até o chão e me fazem ficar estagnada num conformismo enlouquecedor e assim eu sigo até que eu tenha outro motivo pra perder a razão.

Obs: Onde está em tachado significa que eu pensei mas não disse.