sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Então é isso? (pag. 17)

Uma raiva estranha me fez dormir resmungando e sonhei com o fim do mundo. No sonho eu corria, no sonho eu gritava com medo, diante de carros capotados e pessoas feridas. Daniel aparecia, seu cabelo estava impecável, do jeito mais charmoso possível, me agarrava pelos ombros e corria comigo para um lugar seguro. Até que no meio de um temporal de chuva uma mulher grita. Uma mulher loura, linda, era a Carol. Daniel não pensa duas vezes antes de ir salva-la e me abandoa no meio da chuva. Enquanto ele a cobria com o seu belo casaco, o chão onde eu estava ia se transformando numa especie de abismo e os dois ficaram intactos olhando pra mim como se eu fosse um pedaço de lixo. Antes de eu cair acordei assustada com o celular tocando. Quem era? A bela loura do meu pesadelo.
- Amiga o que aconteceu com você ontem? A gente ficou preocupado com você...
sair assim sem avisar ninguém, a noite, um perigo!
EU
- Imagina, vi que vocês estavam bem ocupados.
ELA
- Não acredito que você viu! Eu ia te contar mas, já que você já sabe...
EU
- É já sei mas ele foi romântico com você? Te emprestou o belo casaco e tudo?
ELA
- Que amiga? Olha vem aqui que eu te conto os detalhes
EU
- Sabe o que é, minha mãe esta de folga e precisa de uma ajuda na faxina. Chato mas eu tenho que ficar em casa - Menti por ter nojo de saber dos detalhes sórdidos.
ELA
- Entendo, mas quando terminar vê se me liga, beeeeijo!
Assim ela desligou o telefone.
Logo quando acordei, dei um passo a frente no meu relacionamento com a minha mãe, e como ela é psicologa, meio que traduziu meu pesadelo e disse que o meu medo era que o Daniel me trocasse por ela, já que ele nunca namorou nem tinha sucesso entre as mulheres. Agora os tempos são outros e eu posso não saber lidar com a situação. Disse também a respeito dos homens serem parecidos com pavões quando o assunto é mulher, só ter uma por perto que já exibem suas penas. Agradeci os conselhos, as explicações e fiquei pensando no que seria de mim daqui pra frente. Ainda não caiu a ficha que os dois podem engatar um relacionamento serio e que eu perca aos poucos toda a atenção e amizade de Daniel, mas minha mãe disse que se ele realmente é meu amigo, não vai ser uma namoradinha que irá nos separar, mas que talvez fosse difícil se acostumar com a situação e que uma mulher com muito peito e bunda conteúdo e tudo mais poderia controla-lo. "Para ele também é novo, e ele vai aproveitar, até que ele se canse ou não." Terminou o raciocínio junto com sua xícara de chá de camomila. Me deu de consolo a louça do café da manhã e eu lavava cada prato pensando: "Então é isso? Eu vou ter que aguentar o pavão e a pavoa"

 Horas mais tarde, fui surpreendida pela visita de Fabrício e ele com olhar acolhedor trouxe o sapato que eu havia esquecido. Tentando dar uma de príncipe, riu e me chamou de Cinderela, pra mim ele parecia mais um sapo. Fui obrigada a sair e caminhar com ele, disse que a Carol havia nos chamado pra ir na casa dela, nós quatro outra vez. Tentei arrumar uma desculpa mas ele quase me arrastou e eu fui. Conversamos enquanto não chegava na casa dela. Eu mal prestava atenção nas coisas que ele dizia, até que ele me fez despertar do infinito dos meus pensamentos.
 - Então o que rolou ontem, sabe não achei que fosse ficar daquele jeito. Achei que gostasse...
 Então respondi desolada:
 - Do que?
 - Ser...sabe, tocada. Achei que estávamos na mesma sintonia.
 - E por que achou isso?
 - Pelo seus olhos e pelo tempo que namorou com o Marcos, achei que não fosse mais...
 - Virgem? -respondi secamente, com raiva.- E por que pensou isso?
 - Er..pelo tempo de namoro com o Marcos, pelo...
 - O que o Marcos andou falando de mim pra você?
 - Ele não disse...
 - Eu sei que ele disse, e você vai me contar cada palavra!

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